Pé na Estrada
Festival de Circo do Brasil comemora dez anos
“Somos todos brincantes”, tema do evento, é uma homenagem ao artista Antônio Nóbrega.
Katherine CoutinhoDo G1 PE
“O Festival de Circo do Brasil chega à sua 10ª edição e presta uma homenagem ao pernambucano Antônio Carlos Nóbrega, com o tema ‘Somos todos brincantes’. O evento acontece em diversos teatros e pontos do Recife entre os dias 31 de outubro e 9 de novembro, tendo atrações nacionais e internacionais, de países como França, Espanha, Argentina, Bélgica e Suíça.
A homenagem a Nóbrega coincide com a proposta de discutir a ocupação dos espaços urbanos e a dificuldade dos pequenos grupos circenses de conseguirem se apresentar. “A gente consegue montar lona, pelo tempo do festival já, mas muitos circos de lona não têm esse espaço. O circo é a arte brasileira que menos apoio tem”, acredita a produtora do festival, Dani Hoover.
A programação dedicada ao artista está reunida na ‘Mostra Antônio Nóbrega’ e a escolha por ele se deu por sua relação com o mundo circense. “Nesses dez anos, a nossa homenagem a Antônio Nóbrega é principalmente ao personagem Tonheta, que tem toda essa união de música, dança, teatro e o próprio circo, porque ele introduz o malabarismo”, aponta Hoover.
O espetáculo ‘Tonheta e Cia’, que já não é encenado há anos pelo artista, ganha uma versão no sábado (1º) no Teatro Luiz Mendonça, no Parque Dona Lindu, na Zona Sul do Recife. No domingo (2), Nóbrega faz um show aberto ao público com outros músicos, mostrando o lado circense também presente na música. A galeria Janete Costa, também no parque, vai receber uma exposição com fotos de Walter Carvalho sobre o homenageado e objetos de cena utilizados no espetáculo Tonheta.
Para completar as homenagens, tem ainda a pré-estreia do filme ‘Brincante’, de Walter Carvalho, que explora a relação de Nóbrega e suas origens. “Esse filme faz o fechamento da história dele com o circo. Vão ser duas sessões, às 19h20 e às 21h na Fundaj”, adianta a produtora do festival.
Música e circo
A companhia francesa ‘Les Rois Vagabonds’ abre o festival no dia 31 de outubro, no Teatro de Santa Isabel, com o espetáculo ‘Concerto para dois clowns’, em que o casal de palhaços une humor e música clássica. “Esse ano temos muitos espetáculos que aliam música à apresentação. O ‘Concerto para dois clowns’ é belíssimo. Temos também o 220Vols, que é também um espetáculo de rock”, explica Dani Hoover.
A companhia 220 Vols se apresenta no primeiro fim de semana do festival, com o espetáculo ‘Larsen’, onde os três artistas revezam um show de rock com números aéreos. Outro destaque do festival é a companhia gaúcha ‘Tholl’, que se apresenta no Teatro dos Guararapes. “A Tholl é o Cirque du Soleil brasileiro atualmente, eles são tecnicamente incríveis e, como empresa, são a mais organizada do país”, avalia a produtora.
A mágica também está presente no festival, com a apresentação do mágico espanhol Adrian Conde, no sábado (1) e domingo (2), no Teatro Apolo. Os palhaços ganham destaque a partir do dia 5 de novembro, quando a suíça Gardi Hutter, considerada a melhor palhaça do mundo na atualidade, sobe ao palco do Teatro Luiz Mendonça.
De 7 a 9 de novembro, a companhia belga D’Irque & Fien apresenta o espetáculo “Carroussel des Moutons”, com seu piano voador. O Teatro Apolo recebe a palhaça Patrícia Pardo, da Espanha, que traz um espetáculo para adultos, focando mais em fazer refletir do que rir, nos dias 6 e 7 de novembro.
Entre os destaques nacionais estão os paulistanos Parlapatões, com “Clássicos do Circo”, que se apresentam nos dias 8 e 9 no Teatro Apolo, mesmos dias que a Cia Suno se apresenta no teatro Hermilo, e a lona montada na esplanada do Parque Dona Lindu recebe a Cia Brincantes de Circo, do Recife, com o espetáculo do palhaço Tapioca.
Como é tradição, a programação conta ainda com um espaço gratuito. Na área externa do Parque Dona Lindu, nos dias 1 e 2 de novembro, o festival vai contar com vivências circenses e uma lona, onde se apresentam o Circo Vox (SP), Psirc (Espanha), Circo Teatro Artetude (DF), Caravana Tapioca (PE), entre outros.
Os espetáculos em teatros são todos pagos, com preços que variam de R$ 5 a R$ 40, dependendo do teatro. A programação completa e os horários das apresentações vão ser divulgados em breve no site do festival.
Reflexão
Além dos espetáculos, o festival conta com uma programação de mesas redondas, oficinas e workshops. O Teatro Apolo recebe a mesa ‘Circo e Emrpeendedorismo’, no dia 3 de novembro, com diretora da Circo Escola de Ecocidadania ONG Juriti,Cristina Diogo, e representantes das companhias Tholl (RS), Circo Vox (SP) e CiaAnimé (PE), às 14h. O bate-papo ‘Interseção Circo e Dança’ acontece pouco depois, de 16h às 17h30, com Antônio Nóbrega, Arnaldo Siqueira e Valéria Martins.
A oficina de mastro chinês, com a Companhia Psirc, da Espanha, acontece nos dias 3 e 4 de novembro, no Teatro Hermilo Borba Filho, de 9h às 12h, exclusiva para alunos com experiência. Com vagas limitadas, as inscrições devem ser feitas pelo e-mailfestivaldecircodobrasil@gmail.com
O mágico espanhol Adrian Conde faz um workshop de mágica no dia 3 de novembro, no Teatro Apolo, de 9h às 12h. Voltado para iniciantes, também tem vagas limitadas e as inscrições acontecem por e-mail. festivaldecircodobrasil@gmail.com“
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