Picadeiro
Mais humor pede protesto no Rio
“Palhaceata” invadiu o Centro e fez parte da programação do 12º Encontro Internacional de Palhaços Anjos do Picadeiro
Da Redação
Os palhaços saíram das escadarias da Assembléia Legislativa do Rio (Alerj), na Cinelândia, palco de manifestações de junho e julho, às 15 horas, e seguiram em direção à Praça 15, e pararam lá, em frente ao Tribunal de Justiça. Eles carregavam um polvo e um dragão gigantes feitos com mais de 5 mil bexigas, vermelhas, pretas e brancas.
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O palhaço Tomate, veterano na arte do riso, saiu da Argentina para participar do encontro. “Com 24 anos de profissão, ele já passou pelo Brasil, Arábia Saudita e Europa e foi responsável por criar o enorme dragão formado por balões coloridos que chamou atenção dos transeuntes que cruzaram a passeata. ‘Queremos atrair as pessoas’, afirmou ele em sua quarta passagem pelo Brasil. Durante o trajeto, os artistas invadiram lojas, fizeram graça para vendedores e interromperam o expediente dos prédios comerciais da rua Sete de Setembro, muitas pessoas acenavam das janelas animadas pelo cortejo”, descreve o Uol.
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O desfile fez parte do 12º Encontro Internacional dos Palhaços Anjos do Picadeiro, promovido pelo grupo Teatro de Anônimo, com o tema “Rio é Rua”, e aconteceu no Rio, de 1º a 7 de dezembro.
Quem passava pela passeata chegou a pensar que se tratava de mais uma manifestação política. Mas as principais reinvidicações eram mais humor e respeito aos artistas de rua. E os cartazes, escritos a mão, como nos protestos políticos, eram também irreverentes: “Respeite meu nariz”, “Eu Rio, você Ri? “ Palhaço sim, bobo nunca” e “A Copa é nossa, a cozinha e a praça também”.
Não faltou um palhaço com o rosto coberto como “Black Bock” só que de nariz vermelho e tocando trompete.
Os palhaços reunidos, que jamais serão vencidos, pediam passagem para a alegria e saudavam a cidade do Rio de Janeiro.“Os palhaços estão aqui para alertarem a importância da alegria. Vamos colocar nosso bloco na rua, somos os homens bomba da alegria”, disse João Artigos, organizador do evento à Agência Brasil.
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Marcelo Lujan e Pablo Nórdio, do Circo Amarillo e Circo Zanni, participaram da “Palhaceata”, com sua máquina musical que tem piano e penico. Fizeram sucesso.
Quem sentou no banco do piano da máquina engraçada foi o Palhaço Chacovachi, que é mestre na arte de fazer rir, e veio da Argentina para participar do evento. (Marcelo e Pablo também são argentinos mas estão no Brasil há mais de 10 anos).
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Chacovachi esteve no 9º Encontro Internacional de Palhaços de 2010/2011. Na ocasião, ele afirmou à revista “Anjos do Picadeiro” que é um palhaço há 30 anos. “Vivo disso em todos os lugares, não só consigo encher a geladeira, mas também meu espírito, é o que faço e não posso parar de fazer”.
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Três artistas circenses pendurados em trapézio e lira apresentaram seus números aéreos e ajudaram a compor o cenário de picadeiro em plena Praça 15.
Integrantes empolgados da “Palhaceata” resolveram tirar a roupa em meio a palhaçadas. Talvez a decisão estivesse ligada à Exposição “Palhaças Peladas”, que ficou no Café Mercado, na Fundição Progresso, com fotografias de Alexandre Chaves e curadoria de Cris Muñoz, de 1º a 6 de dezembro, durante a programação do encontro internacional. O “striptease” improvisado provocava risos e um tantinho de embaraço em meio à ironia do culto ao corpo.
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Para coordenadora-geral do encontro, Flávia Berton, a “Palhaceata” provoca uma curiosidade capaz de tirar as pessoas que estão imersas nas tarefas cotidianas e levá-las para um momento de diversão. “Como o palhaço é um dos arautos da sociedade, é um momento bom, até mesmo bem oportuno depois de tantas manifestações nas ruas”, disse à Agência Brasil.
Foto/Capa: Palhaços na escadaria da Assembléia Legislativa no Rio, palco de manifestações políticas em junho/julho
Foto/Júlio Cesar/ Uol
Postagem: Alyne Albuquerque
Tags: marcelo lujan, pablo nordio, Palhaceata, Rio de Janeiro
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